The authors have no conflicts of interest to declare. “
“Apresenta-se o caso de um doente de 87 anos, referenciado à consulta por suspeita de neoplasia do esófago em endoscopia digestiva alta (EDA). Tinha antecedentes
de doença coronária, doença de refluxo gastroesofágico, hérnia do hiato e hipertensão arterial, estando medicado com aspirina, diltiazem, furosemida, omeprazol e atorvastatina. A EDA revelou, no esófago aos 25 centímetros, uma estenose infranqueável cuja mucosa circundante apresentava inflamação e friabilidade marcadas (fig. 1). O estudo histológico mostrou tecido necroinflamatório sem células malignas. A tomografia computorizada (TC) toraco-abdomino-pélvica revelou espessamento do esófago proximal. Na presunção de se tratar de causa péptica, foi realizado ensino dietético, Trametinib ic50 medicado com esomeprazol 40 mg 2 id e suspensa a aspirina.
Efetuou-se dilatação esofágica com balão «through-the-scope» (TTS) até 10 mm, revelando uma estenose regular com 2 cm de extensão, circunferencial, com inflamação difusa do esófago a jusante. Inicialmente com periodicidade semanal e depois quinzenal, efetuaram-se 14 procedimentos em 6 meses. O aspeto endoscópico mantinha-se semelhante, com estenose esofágica buy Palbociclib punctiforme (fig. 2). A repetição das biopsias e da TC confirmaram benignidade. Perante ausência de melhoria, optou-se por complementar cada dilatação com terapêutica intralesional de corticoide no
final do procedimento (7 mg de betametasona diluídos em 4 cc de soro, com injeção de 1cc por quadrante, no interior da estenose). Após 6 dilatações com injeção de corticoides em 6 meses, obteve-se melhoria franca, com a região da estenose Tangeritin franqueável e de aspeto cicatricial (fig. 3). Na reavaliação endoscópica aos 3 e 5 meses não houve necessidade de dilatação, mantendo-se o doente assintomático, medicado com esomeprazol. As estenoses esofágicas podem ser benignas ou malignas. A causa péptica é a etiologia benigna mais frequente, apesar da diminuição na sua frequência devido à utilização de antissecretores1 and 2. A EDA com estudo histológico é o procedimento diagnóstico de escolha. A dilatação endoscópica no tratamento das estenoses benignas tem como objetivos o alívio sintomático, a alimentação oral e evitar a aspiração pulmonar3. Se a etiologia é péptica, deve ser adicionado um inibidor da bomba de protões, para diminuir a necessidade de dilatações4. Existem os dilatadores sobre fio-guia (Savary-Gilliard) e os balões TTS1, não havendo dados que permitam afirmar a superioridade de um deles. A escolha depende da sua disponibilidade e preferência do endoscopista2. A dilatação é eficaz na maioria dos casos; no entanto, as estenoses complexas podem ser refratárias.